domingo, 5 de junho de 2011





A primeira Feira do Troca aconteceu em dezembro de 1974, como parte de um projeto de arte-educação implantado pela professora Laís Aderne. Foi idealizada como um canal de escoamento para a produção artesanal, que vinha sendo resgatada com a identificação dos mestres artesãos e a retomada dos fazeres tradicionais daquela população.

Reeditada a cada ano, a Feira do Troca acontece sempre no primeiro domingo dos meses de junho e dezembro, tendo como seu maior atrativo o resgate de um importante traço cultural da região: a gambira ou catiragem. Durante muitos anos, essa foi a forma que a população encontrou para adquirir gêneros de primeira necessidade, que trocava por produtos artesanais.

Se, em um primeiro momento, a Feira incentivou a produção artesanal de Olhos d'Água, nota-se atualmente que, a cada ano, esse evento vem perdendo sua característica de possuir produtos locais, passando a abrigar um grande universo de mercadorias. Hoje, Olhos d'Água só conta com esses dois eventos anuais para escoar seus produtos, o que tem dificultado a obtenção de renda e a conseqüente melhoria da qualidade de vida de sua população.
ARTESANATO
O artesanato goiano é diretamente influenciado pelos costumes e crenças indígenas, caracterizando-se por diferentes materiais manuseáveis, como o barro, a pedra-sabão e a argila. Os artesãos utilizam-se de parafusos e ferragens para criarem esculturas de imagens de santos. Colchas de retalhos e utensílios domésticos em madeira, além da utilização de buriti, cipó, tucum, macaúba, penas e sementes figuram entre as matérias-primas locais.A meio caminho entre as capitais Goiânia e Brasília, Olhos d’Água vivia um período de estagnação. Criada em 1959, a cidade só teve autonomia administrativa até 1961, quando o prefeito transferiu para Alexânia a sede do município. Como distrito, Olhos d’Água entrou em decadência.

A economia da vila era baseada na agricultura e pecuária de subsistência e na atividade artesanal em tecelagem. O artesanato era comercializado na "Feira do Troca", uma oportunidade de trocar produtos, onde a prática principal era o escambo.